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“Oscilação brusca de criptomoedas purifica mercado”

Na verdade, ninguém espera uma queda de 40% no intervalo de uma semana, e muitos, acabam desmontando suas posições e realizando forte prejuízo, principalmente os investidores especulativos.

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(Foto: Deposit Photos)

Muitos traders que estavam alavancados em contratos futuros e foram liquidados, esses hedge funds e investidores de ETFs atingiram seu próprio stop loss, por conta do perfil de risco da gestora ou do fundo.

Importante lembrar que os contratos futuros de Ethereum (ETH), Litecoin (LTC), Polkadot (DOT) e SushiSwap (SUSHI) chegaram a negociar 15% abaixo do valor nos mercados à vista. O Bitcoin (BTC) chegou a ser negociado a US$ 32.900 na quarta-feira (19), valor 50% abaixo de sua máxima histórica de US$ 64 mil, registrada no dia 14 de abril. A correção, que deixou investidores novos em pânico e no prejuízo, foi a maior em números absolutos da história da criptomoeda.

Em termos percentuais, no entanto, essa queda está longe de ocupar a liderança. A maior correção até agora ‘pós topo de preço’ foi vista entre 30 de novembro de 2013 e 14 de janeiro de 2016. Naquele período, a moeda desvalorizou 86,9%, caindo de US$ 1.163 para US$ 152.

“A volatilidade sempre acontecerá, principalmente se tratando das altcoins, moedas que estão no topo do ranking. São mais de 10 mil moedas e o Bitcoin hoje movimenta no Brasil mais valores em reais do que a B3”, afirma Thiago Lima, operador de criptomoedas.

Mas todo esse movimento fez com que as moedas saíssem das mãos de traders alavancados e fundos que não entenderam a dinâmica do mercado para as mãos de holders de longo prazo, capazes de sustentar novas quedas.

Desapareceram o prêmio no contrato futuro, de 25% ao ano (bybt, “BTC funding rates history”), além da taxa de carrego no contrato perpétuo, que ultrapassava 20% ao mês (skew, “futures annualized basis”). Em síntese, os mercados estavam operando com anabolizantes, mas agora tudo se normalizou.

Podemos entrar numa onda de pessimismo, óbvio, mas parece improvável, dado que imóveis e ações de empresas estão na máxima histórica. A injeção de capital através de estímulos e juros baixos traz um incentivo gigantesco para ativos escassos criando condições reais .

Em suma, oscilações bruscas fazem parte do mercado cripto, que além de incipiente, possui poucos participantes ainda. Essa limpa traz espaço para buscar patamares ainda mais altos e prova a resiliência do Bitcoin e alcançar novas máximas.

Pedro Henrique Alcino – Especialista em Investimentos e Private Bank