Prefeito Naumi Amorim (PSD) contratou construtora, a CHC, acusada de fraude, corrupção e lavagem de dinheiro. Atualmente ela é responsável pela construção do Mercado Central da atual gestão.
As interceptações telefônicas da PF estenderam-se por quatro períodos consecutivos, operados entre os meses de junho de 2016 e abril de 2018. A ofensiva foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) ontem e prendeu temporariamente seis empresários suspeitos de participar de um esquema criminoso de desvio de recursos públicos. Entre eles, um genro do ex-governador do Ceará, Gonzaga Mota. Dois dos alvos ainda estão foragidos.
“Muitos dos diálogos mantidos pelos investigados após a assunção do novo Prefeito de Caucaia, Naumi Amorim, em janeiro de 2017, dizem respeito ao andamento de obras contratadas pela prefeitura na gestão anterior de Washington Gois. Após a assunção do mandato pelo novo prefeito, o grupo criminoso externou movimentos de aproximação com secretários, servidores e até com o prefeito eleito, cujo desenrolar não pode ser acompanhado em razão da descontinuidade do monitoramento, então focado precipuamente nos fatos atrelados a gestão do prefeito anterior,” aponta relatório de investigação da PF.
O esquema fraudulento desmontado pela Polícia Federal na prefeitura de Caucaia, apontou que somente uma empresa movimentou sozinha cerca de R$ 338 milhões em obras de baixa qualidade. Apenas uma construtora ganhou cerca de 72 licitações fraudulentas em obras. Para a PF, os empresários da organização criminosa eram “bem relacionados” com prefeitos, ao ponto de apoiar financeiramente candidaturas bem-sucedidas à prefeitura do município.
Em contrapartida, a organização criminosa teria vencido 72 licitações públicas da Prefeitura de Caucaia, entre 2009 e 2016, no valor de R$ 104 milhões. A PF, com apoio da Controladoria Geral da União (CGU), identificou que um consórcio, formado pelas empresas Socorpena, Construtora CHC LTDA, e Berma Engenharia, teria fraudado quase R$ 15 milhões em um contrato de R$ 52 milhões para pavimentação de ruas na periferia do Município. Deste valor, R$ 10,8 milhões teriam sido desviados diretamente e R$ 4 milhões, utilizados com material de menor qualidade na obra.
Uma das construtoras investigadas, a CHC, ainda é atualmente responsável pela construção do Mercado Central da atual gestão de Naumi Amorim (PSD).