SSPDS afirma que Giselle Távora, 42 anos, desobedeceu voz de parada; família contesta e aponta erro na abordagem feita pela policia.
A morte da administradora de empresas Giselle Távora Araújo, de 42 anos, após ser atingida por um tiro nas costas durante abordagem policial em Fortaleza, levantou o debate sobre a formação dos policiais. Segundo o sociólogo César Barreira, um bom treinamento para os PMs é crucial para evitar homicídios por intervenção policial.
Em nota sobre o caso, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a motorista recebeu voz de parada, mas não obedeceu e seguiu viagem. A família, por sua vez, contesta. Em entrevista ao jornal O Povo, a tia da vítima, Clara Moura Távora, afirmou que Giselle e sua filha haviam escutado os disparos, e imaginaram que se tratava de um assalto em outro veículo. Além disso, o disparo aconteceu enquanto o veículo estava parado no sinal.
“Isso revela toda uma situação que a própria sociedade vive. Essas ações podem revelar estresse, má-formação, esse medo e essa insegurança, porque as pessoas atiram antes para se manter vivas”, diz o sociólogo Cesar Barreira.
Segundo o especialista de segurança Valmir Medeiros, os treinamentos de policiais sobre esses tipos de ação, como a abordagem que resultou na morte de Giselle Távora, são ofertadas para os agentes apenas de forma teórica. É necessário métodos práticos durante a formação, diz Medeiros. Desde 2010, uma portaria do Ministério da Justiça elencou uma série de restrições ao uso de armas de fogo em abordagem policial.