Para o procurador-geral Plácido Rios, a operação foi evidentemente um fracasso sob todos os aspectos”, afirmou durante coletiva na tarde desta segunda-feira (10).
“A operação foi um fracasso”, disse o procurador-geral do Ministério Público do Ceará, Plácido Rios, sobre a tragédia na ação policial em Milagres/Ce que resultou na morte de 6 reféns. Para especialistas, a “política” de enfrentamento do Governo do Ceará determinada para a Polícia Militar do Ceará coloca civis em risco. Já o advogado criminalista Leandro Vasques responsabiliza as mortes ao erro da Coordenadoria de Inteligência, que teria ordenado a operação sem averiguar a presença de reféns.
Em resumo, o treinamento e preparo dado aos policiais do Ceará está sendo questionando pelo MP-CE. O presidente da OAB-CE Marcelo Mota, ainda não veio à público se pronunciar à respeito do caso.
O procurador disse também que não vai abrir uma investigação paralela. “O objetivo maior é que tenhamos um conjunto de autoridades, polícia judiciária, perícia, controladoria, atuando com esse mesmo objetivo. Quanto mais contundente for a aprova, mais terá a importância ser recolhida e mais a gente terá cuidado para evitar que provas se percam”, afirmou.
O advogado e coronel do Exército Brasileiro Valmir Medeiros, por sua vez, aponta erros em quatro vertentes da ação policial: no planejamento, na coordenação, no comando e no controle da atuação da força policial sobre o caso. Para ele, não houve o compartilhamento da informação de forma devida, nem foi traçado um plano de atuação condizente que fosse possível prevenir a ocorrência.
“O correto teria sido a informação chegar para os policiais que tinham reféns daquela quantidade e de terem atuado antes de chegarem ao local. Depois que chegaram ao local, foi um tiroteio. No tiroteio, é difícil você ter o controle. Deveria ter ali atiradores de elite posicionados em razão das informações. A história teria sido outra”, opina.