Além da pressão de Bolsonaro para flexibilizar o uso da cloroquina, Teich sofria também com a insatisfação de secretários de Saúde, que reclamavam da falta de clareza do ministro a respeito do isolamento social.
Nelson Teich pede demissão e deixa o Ministério da Saúde, antes mesmo de completar um mês no cargo de ministro da Saúde. Em nota, pasta informou que, ele mesmo, pediu demissão. Nos últimos dias, Teich e Jair Bolsonaro discordaram de temas como, por exemplo, uso da cloroquina e medidas de isolamento com a abertura de salões de belezas e academias.
Em menos de um mês depois de ter sido nomeado ministro da Saúde, Nelson Teich era constantemente desautorizado por pelo presidente e se via cercado por militares com métodos de gestão típicos de um quartel general. Essa é a segunda saída de um ministro da Saúde em meio à pandemia do coronavírus. Teich havia substituído Mandetta. Teich foi chamado para uma reunião no Palácio do Planalto nesta manhã. Ele esteve com Bolsonaro e depois voltou para o prédio do Ministério da Saúde. A demissão foi anunciada logo depois.
Na última quarta-feira, os conselhos de secretários estaduais e municipais de Saúde divulgaram uma nota conjunta para criticar o então ministro por não se posicionar explicitamente em defesa da quarentena, justamente no momento de pico da doença. “A mensagem sobre o isolamento social deve ser clara e objetiva. Gerar dúvidas na sociedade sobre sua importância ou mesmo relativizá-la nos parece inadequado”, afirmaram as entidades.