A mãe do relator é prefeita da cidade; dados reforçam a comprovação de que a destinação das emendas secretas ocorrem de forma desigual, sem critérios técnicos e por razões de influências políticas.
A cidade de Tauá a 337 km da capital cearense, administrada pela prefeita Patrícia Aguiar (PSD) mãe do deputado federal Domingos Neto (PSD), relator-geral do orçamento no Congresso, voltou ao centro dos debates sobre a distribuição de verbas secretas empenhadas. A cidade do relator recebeu cerca de R$ 151 milhões de reais. Os dados reforçam a comprovação de que a destinação das emendas secretas ocorrem de forma desigual, sem critérios técnicos e por razões de influências políticas.
Como confirmação, os dados expostos apresentam o montante recebido por cidades vizinhas, como é o exemplo de Mombaça, que recebeu apenas R$ 2,9 milhões e tem populações e condições socioeconômicas praticamente idênticas às das campeãs de emendas secreta. Mombaça, utilizada como exemplo, está a apenas 79 km de Tauá, uma das campeãs nacionais das emendas de relator, verbas que estão na base do esquema do orçamento secreto.
A União já empenhou R$ 151,4 milhões dessas verbas para Tauá, mas só R$ 2,9 milhões para Mombaça. É como se o governo Bolsonaro (PL) destinasse R$ 2.606,14 mil reais para cada morador de Tauá, mas apenas R$ 67,12 reais para os moradores de Mombaça. Pela Lei, a distribuição de verbas do orçamento deveriam seguir os ‘indicadores socioeconômicos da população beneficiada’, o que, claramente, não está ocorrendo.