Girão confirmou apoio à pré-candidatura de Cap.Wagner à prefeitura de Fortaleza e falou sobre sua estreia na política. Na ocasião, o senador participou de uma reunião institucional com o Diretor-geral do Grupo TeleFox e da Revista Ceará, Josias Carneiro.
O Senador cearense Eduardo Girão (Podemos), visitou nessa sexta-feira, (07) a redação de jornalismo da Revista Ceará. Na ocasião, Girão participou de uma reunião institucional com o Diretor-geral do Grupo TeleFox e da Revista Ceará, Josias Carneiro. Eduardo explanou não somente projetos do senado para o ano de 2020, mas também proposta de mudança na politica, e na realidade social do cidadão cearense. A palavra chave da conversa foi “Mudanças”.
No segundo momento, o senador foi entrevistado pela jornalista de política, Samara Veras, onde fez diversos questionamentos sobre sua estreia na política brasileira, cenário eleitoral em Fortaleza, Operação Lava Jato, CPI da Lava Toga, saúde, segurança, inclusive questionando seu apoio à candidatura de Cap.Wagner (PROS) à Prefeitura de Fortaleza nas eleições desse ano.
Leia a entrevista:
Jornalista: Senador Eduardo Girão, como estreante na politica, como você vê, o atual cenário político no Ceará e no Brasil ?
Senador Eduardo Girão: Eu vejo como muita esperança! eu sou recente, não esperava entrar para a politica, eu não me planejei, aconteceu e eu sou uma pessoa de muita fé e sei que nada acontece por acaso, então eu estou dando o meu melhor, trabalhando nos limites das minhas forças para fazer algo diferente, acho que a politica precisa arejar, o sistema esta muito corrompido, as pessoas não veem outras formas de fazer politica, a maioria. Graças a Deus nos já vemos o motivo de ideias, de novas pessoas, novas cabeças, mas ainda é minoria. E uma questão de tempo, pois a sociedade precisa participar mais da politica. Eu gosto muito de chamar as pessoas para estudarem politica, cobrarem, acompanharem seus parlamentares, pois é assim que eles vão se transformar, porque ainda existe as velhas práticas politicas. Eu sou inspirado pela Lava Jato , não tenho a menor dúvida que eu vibrava com a operação e eu acredito muito que tenha uma contribuição fantástica para o momento que estamos vivendo. Eu acredito que precisa ser fortalecida, estou fazendo o máximo em Brasília para fortalecer a lava jato, embora eu veja os três poderes da república, Supremo Tribunal Federal (STF), o próprio Governo Federal e o Legislativo conspirando contra a lava jato, né, então ela está incomodando muita gente, o sistema está sendo incomodado. Então a gente vê movimentos, é muito triste, você vê a lei de abuso de autoridade, votada aí na última hora, no ano passado, a gente fez de tudo, mas não teve jeito.
Jornalista: De que forma se pode quebrar uma hegemonia politica ?
Senador Eduardo Girão: Mostrando a verdade, mostrando o que está acontecendo com a população, chamando a população para mais próximo, pois se tem uma coisa que politica respeita, é o povo organizado, indo para as ruas , para redes sociais, cobrando com respeito, na paz e não com violência, mas eles respeitam, eu já noto. Então, eu acho que a gente tem que persistir nas pautas boas, e através dos exemplos que se arrastam, já dizia são Francisco de Assis, “As palavras podem até convencer, falar bonito, discursos bonitos, você pode até convencer, mas o que arrasta, é o exemplo”, a sua conduta, as pessoas irão ver a sua coerênciia na política. O maior desafio de um politico, é ser útil para sociedade de verdade, ele precisa ser altruísta, mas ele precisa ter a coerência no pensar, no falar e no agir, que é o mais importante, o agir.
Em Brasília, nesse meio do Ceará, Estado e Fortaleza, vejo muitas tentações para quem quer se manter no poder, existem muitas tentações de toda ordem , de dinheiro, droga, de sexo, pra se perder, é uma prova muito grande ser politico, é uma prova, mesmo que você queira servir. É algo que existe muita incompreensão, muito medo de perder o poder, ou grupos que querem ser perpetuar na mesma prestadora de serviço, só trocam os nomes, mas os cargos comissionados quem paga é você, e o cara que esta fazendo o Uber, é a pessoa que está lavando a roupa, então a gente têm que fazer um estado mais leve, e eu vejo o que está acontecendo com os bons olhos, esse movimento novo no Brasil , tornar o estado mais leve possível. O custo do brasil é o pior problema.
Jornalista: Senador, como anda o diálogo com o presidente Jair Bolsonaro?
Senador Eduardo Girão: Olha, infelizmente, o presidente não tem tido uma boa interlocução no Congresso Nacional, eu tive uma reunião com os parlamentares do nordeste, mas não existe essa interlocução, ele comete alguns erros nesses aspectos, de entender, de ficar mandando recado via população, querendo criminalizar o Congresso inteiro, como se todos os parlamentares tivessem uma postura inadequada. A gente sabe que existe muita gente boa, com trabalho sério. Eu tenho pauta que divirjo frontalmente com o presidente, como a questão das armas, pelo controle de armas, por convicção, pois estudo esse assunto há 15 anos, mas tenho votado à maioria dos projetos do governo porque eu acredito. Temos uma linha de independência completa, estamos torcendo para que esse governo dê certo.
Jornalista: Senador, o ano iniciou com projetos novos para 2020?
Senador Eduardo Girão: Apresentamos 19 projetos, já entramos com mais três nesse início de ano. É um pouco lento o processo legislativo, as economias que conseguimos, conseguimos pela coerência, prometemos na campanha sermos o senador mais econômico dos 81 senadores e entramos com mais um projeto, que por incrível que pareça, esse dinheiro não utilizado fica pro senado, e pode passar para outros senadores. Quer dizer, você faz um trabalho danado com uma equipe enxuta, não usa plano de saúde vitalício, nem apartamento funcional, nem auxilio moradia, nada disso, e esse dinheiro que fica parado, o senado acaba repassando para outros senadores e nos entramos com o projeto para que essa economia feita pelo senador, vá para o estado dele, através de ajuda para hospitais, como ajuda para os projetos do estado dele. Nós temos trabalhado nessa linha, de defesa de valores e princípios, contra a liberação de drogas, a favor da vida, desde a concepção, pela cultura da paz, porque a gente acredita que esse e o caminho: diálogo e do respeito.
Jornalista: Senador, Eduardo Girão, você apoiará Capitão Wagner à prefeitura de Fortaleza?
Senador Eduardo Girão: O Estado precisa de urgência, a capital, começando por Fortaleza, de uma alternância de poder, isso é saudável para a democracia. Esse grupo que está aí, já esta há muitos anos, e como diz, são figurinhas carimbadas, só trocam de nomes, mas a política é a mesma. Você vê ai a quantidade de cargos comissionados que só faz aumentar, é um negócio escandaloso, tem várias secretarias inchadas, é um loteamento de cargos, do partido tal, isso é o famoso, toma lá da cá, esse é o famoso conchavo, a população não aceita essas velhas práticas mais, está na hora de romper, isso é saudável. Então, acredito que o capitão Wagner, pela postura corajosa que teve nos últimos anos, vai enfrentar esses grupos que estão aí, com muita determinação na verdade, acredito que chegou a vez dele, acredito que ele fará um grande trabalho.
Jornalista: Senador, como andam as articulações políticas com o partido PROS e PSL ou futuro ALIANÇA, no Ceará?
Senador Eduardo Girão: Eu acredito o seguinte, que, é aquela coisa, eu tenho até conversado com o capitão Wagner que essas alianças não podem ser por grupos de televisão, fundo partidário, tem que ser por ideal. Então, ele precisa se aproximar de pessoas que tem esse espirito público, ele está nesse caminho, trilhando caminhos de pessoas que tem conhecimento de gestão, e fazendo uma articulação, uma aliança, realmente, não é usando o nome do novo partido do presidente, mas é buscando forças, mas dentro de princípios e valores que eu acredito, eu aposto nisso, se aliar com pessoas do bem, fazendo algo diferente desde do inicio.
Jornalista: Sabemos que você desbancou nas urnas um dos maiores políticos do Estado, Eunicio Oliveira. Como você se vê hoje, passado 1 ano de mandato no Senado ocupando a vaga de Eunicio?
Senador Eduardo Girão: Foi uma vitória um pouco libertaria do Ceará. A nossa vitória foi uma resposta do povo que não aceita imposição de cima para baixo. O povo se rebelou com relação a isso. Na época, eram 24 partidos, contra 2. Olha só, era impensável conseguirmos ganhar com 2 partidos. Primeiro eu coloco uma forca superior, Deus, usou a boa vontade das pessoas de bem, então o que é a favor da lava jato, da coisa honrada, então o povo apostou em algo diferente, estou fazendo de tudo, dentro dos limites das minhas forças, para corresponder. Agora o ano passado, foi um ano de muito aprendizado na politica, sempre participei de movimentos de causas, bandeiras que eu acredito, pela família , pela paz, contras as drogas, pela família e essas bandeiras ganharam, são valores importantes para todos. Mas esse ano, eu não imaginava que fosse dedicar a maior parte do meu tempo para que a operação lava jato não recuasse, e isso talvez na minha boa vontade, acreditando que isso só seria avanço, a gente teve que fazer um avanço muito forte para que as velhas práticas políticas não ocorressem.
Jornalista: Senador Eduardo Girão, você tem pretensões em disputar o Governo do Ceará?
Senador Eduardo Girão: A minha pretensão é servir no senado, foi para isso que o povo do Ceará me colocou. Estou procurando com todas as minhas limitações e imperfeições, fazer um trabalho digno lá dentro, eu sei que estou cumprindo uma tarefa.
Jornalista: Senador, como você vê o papel e desempenho da Revista Ceará?
Senador Eduardo Girão: Eu admiro há muito tempo o trabalho da Revista Ceará. Um trabalho extremamente profissional e imparcial, independente e corajoso, que eu acho importante para a democracia, importante para o Estado e para o nosso povo. Vocês estão fazendo um trabalho honrado e estão de parabéns.