PF vai apertar o cerco em 2017 contra a corrupção e desvios de recursos nas prefeituras. De acordo com o delegado federal, Rolando Alexandre de Souza, o foco maior está sendo a operação Lava Jato, e isso gerou uma certa liberdade para os municípios e, às vezes, alguma questão de desvio não está sendo tratada da forma que deveria.
“As organizações criminosas constituem ‘empresas de fachada’ para participarem das licitações. A fraude, normalmente, acontece em um conluio da iniciativa privada com o poder público e possibilita a contratação ilegal. Daí vêm os superfaturamentos e os consequentes desvios. Quando se faz um conluio desses, evidentemente, cada um sai ganhando uma parte”, detalha Joécio de Holanda, delegado de Combate à Corrupção (Delecor) do Ceará.
Conforme Joécio Holanda, muitas vezes, as várias empresas que concorrem em uma licitação foram abertas pela mesma quadrilha, mas nenhuma tem capacidade operacional, empregados ou mesmo sede física. O delegado afirma, ainda, que as comissões de licitações das prefeituras são formadas por pessoas consideradas de confiança dos gestores, mas que, na maioria dos casos, não têm conhecimento jurídico para analisarem os contratos.