“Chegamos para trabalhar e esse anúncio estava aí na fachada do prédio. A gerente não tem detalhes, mas estou com medo de perder meu emprego”, fala apreensivo Marcos Antônio, auxiliar de cozinha de uma das unidades em Fortaleza.
Aos fãs das esfirras e quibes árabes, pratas da casa dessa famosa rede de franquias do ramo de alimentação, resta a dúvida se é de fato um indicativo dos efeitos econômicos gerados pelos diversos decretos governamentais que restringiu funcionamento de bares e restaurantes. Ou mais uma ousada campanha de marketing que visa chamar atenção dos consumidores mais atentos.
Apesar dessa dúvida que paira em nossas cabeças a entidade que representa o ramo de franqueados no país, Associação Brasileira de Franchising – ABF, aponta que a pandemia inverteu as projeções para o setor que previa um crescimento de 8% nos negócios, mas resultou em queda de 7,9% no faturamento. Como, apesar de tudo, ainda precisamos comprar comida, essa retração no setor representa 6 bilhões de reais a menos ao comparar com o desempenho de 2019, mas, felizmente, poderia ter sido maior se não fossem várias adaptações como retirada nas lojas e delivery.
Nos últimos dias circulou em rede social, vídeos com dezenas de funcionárias demitidos de uma grande rede de restaurantes especialista em frutos do mar.
O atual decreto estabelece o atendimento presencial de consumidores em bares e restaurantes aos finais de semana, somente até as 15 horas e nos dias úteis até 20 horas, estará em vigor até o dia 28 desse mês.
Os efeitos de fato são devastadores e nocivos a economia. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Abrasel, somente nesse mês de fevereiro, quase 1 mil estabelecimentos fecharam as portas no Ceará. Se parte da rede de fastfood das esfirras, presente no Brasil desde 1992 e com mais de 400 restaurantes, estão realmente preste a fechar, não será nenhuma grande surpresa.
Na faixa estampada de “Passo o ponto” há ainda um número de Whatsapp. Quando feito contato uma resposta automática é enviada com a seguinte mensagem: “Olá, obrigado pelo envio. Neste momento todos os nossos operadores estão ocupados. Assim que possível entraremos em contato. Obrigado!” Resta-nos recorrer ao “gênio da lâmpada”, personagem usado pelo restaurante em suas peças publicitárias, e lhe fazer um único pedido. Que tudo volte ao normal e a saúde possa andar de mãos dadas com a economia.
Texto: Pedro Henrique Alcino – Especialista em Investimento e Private Bank