Saúde, Cidades

MPF e PF miram governador do Amazonas por superfaturamento na compra de respiradores

Investigação aponta compra superfaturada de respiradores, com diferença que chegava a 133% do maior preço praticado no país. A Secretária de Saúde do Estado foi presa.

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No pedido de ação contra o grupo, a subprocuradora-geral da República (PGR), Lindôra Araújo, pontuou que as “os fatos ilícitos” foram praticados “sob o comando e orientação do governador” Wilson Lima (PSC).

As medidas foram determinadas pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e incluem ainda o bloqueio de bens no valor R$ 2,976 milhões, de 13 pessoas físicas e jurídicas.

Ela ressaltou que as investigações evidenciam que “se está diante da atuação de uma verdadeira organização criminosa que, instalada nas estruturas estatais do governo do estado do Amazonas, serve-se da situação de calamidade provocada pela pandemia de covid-19 para obter ganhos financeiros ilícitos, em prejuízo do erário e do atendimento adequado à saúde da população.”

Os agentes estiveram na casa do governador, na sede do governo e na Secretaria de Saúde do Estado. A Secretária de Saúde, Simone Papaiz, foi presa. A biomédica assumiu o cargo em abril, após pedido de demissão do antecessor Rodrigo Tobias, que deixou a pasta no auge da pandemia no Amazonas. De acordo com os investigadores, foram identificadas compras superfaturadas de respiradores, direcionamento na contratação de empresa, lavagem de dinheiro e montagem de processos para encobrir os crimes praticados “com a participação direta do governador”, de outros agentes públicos e de empresários.