Governo trava batalha com Banco Central, hoje independente, para reduzir juro básico e aquecer economia. BC vê risco de alta da inflação, e já indica que queda da Selic pode demorar a acontecer.
A taxa de juros, definida pelo BC, é um dos principais instrumentos de um país para controlar a inflação. O efeito colateral, no entanto, é que esse controle também “esfria” a economia, ou seja, reduz o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Enquanto as projeções de inflação pressionam de um lado, as duras críticas do presidente Lula (PT), puxam de outro. Lula voltou a usar a frase “colocar o pobre no orçamento”, um dos lemas da campanha eleitoral do ano passado. E disse defender que os juros caiam para que haja um estímulo ao crédito, o que poderia elevar o crescimento previsto para a economia brasileira ainda este ano.
Analistas financeiros consultados pelo Banco Central voltaram a projetar alta na inflação para este ano. Segundo dados do Boletim Focus, divulgados nesta segunda-feira, 24, o IPCA, índice oficial de inflação do país, deve fechar o ano em 6,04%. Esta é a quarta semana consecutiva que a projeção sobe, mostrando que a pressão inflacionária não ficou para trás e é um elemento no radar do BC para a decisão de juros.
Uma das principais críticas do governo, como a feita por Lula em evento em Portugal nesta segunda-feira, é que com o patamar elevado, pessoas e empresas não tomam empréstimos, o que tem influência no crescimento do país.