Ceará

Investidores cearenses mais do que dobra em um ano, aponta analista

Maioria desses novos investidores buscam construir uma carteira de ativos com foco em renda passiva, distribuidores de dividendos aos acionistas, e outros buscam resultados de curto prazo especulativos, sejam em operações de swing trade e day trade.

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Apesar da volatilidade do mercado de renda variável que marcou profundamente o ano de 2020 na Bolsa de Valores (B3), acompanhada da maior desvalorização de moeda entre países emergentes, milhões de pessoas físicas entraram de cabeça nos investimentos. Muito por conta da expectativa de manutenção dos juros baixos por mais tempo. O que continua impulsionando a Bolsa adiante, refletindo no fluxo de investidores procurando por uma maior rentabilidade, migrando seus recursos da Renda Fixa e da Poupança.

A maioria desses novos investidores buscam construir uma carteira de ativos com foco em renda passiva, distribuidores de dividendos aos acionistas, e outros buscam resultados de curto prazo especulativos, sejam em operações de swing trade e day trade.

Muito por conta da oscilação drástica ocasionada pela crise sanitária mundial, tiveram oportunidade de comprar ações de boas empresas com preços baixos e excelentes históricos de pagamentos que chegam facilmente até 10% a.a. de retorno aos acionistas. Cenário completamente diferente dos títulos de renda fixa e poupança que estão sendo afetados pelos juros (reais) negativos.

Em 2017 tínhamos cerca de 620 mil pessoas investindo na Bolsa. Hoje já ultrapassa a marca de 3,3 milhões de investidores PF, dos quais 26% são mulheres. Desse total, 63 mil são cearenses e representam 1,38% dos valores investidos na Bolsa com 6,2 bilhões de reais custodiado. Esse resultado representa 108% de crescimento de novos investidores referente a 2019. Uma verdadeira revolução na cultura brasileira de lidar com a economia de mercados, trazendo liquidez e impulsionando novas empresas a abrir capital e buscar investimento privado para expansão de seus negócios, consequentemente gerando empregos, inovando com tecnologia e gerando valor aos seus acionistas.

Para esse ano esperasse bater um novo recorde no número de empresas abrindo o seu capital e listando suas ações na Bolsa. Desde o começo desse ano, 13 companhias já fizeram o chamado IPO (oferta inicial de ações) e há ao menos outras 31 aguardando autorização para estrear na B3. O número de empresas listadas, entretanto, ainda é menor que o patamar dos anos 90, quando mais de 600 companhias eram negociadas. Atualmente, são 448 empresas brasileiras, enquanto que nos EUA, por exemplo, são mais de 4.700 empresas na Bolsa.

Pedro Henrique Alcino – Especialista em Investimentos e Private Bank