Também envolvida no caso, a empresária Cristiana Prestes, dona da Hempcare, já depôs à Polícia Civil dizendo que o ex-secretário da Casa Civil sugeriu superfaturar a compra dos respiradores.
De acordo com G1, um dos alvos dos mandados expedidos pelo STJ, que investiga um suposto esquema de desvios de dinheiro público durante a pandemia da Covid-19 na compra de 300 respiradores pulmonares pelo Consórcio Nordeste, é o ex-secretário da Casa Civil do governador da Bahia, Rui Costa (PT), Bruno Dauster.
Apesar de ser um dos investigados, o governador não foi alvo de busca e apreensão da operação desta terça-feira. Também envolvida no caso, a empresária Cristiana Prestes, dona da Hempcare, já depôs à Polícia Civil dizendo que o ex-secretário da Casa Civil sugeriu superfaturar a compra dos respiradores, dentro de um aditivo contratual do Governo da Bahia. Na ocasião, ela disse ter respondido que “não iria estuprar o governo dessa maneira”. O ex-chefe da pasta pediu demissão após estourar o caso.
Presa junto com outras duas pessoas pela Operação Ragnarok, que investiga suposta fraude na compra das máquinas, Cristiana Taddeo descreveu a Hempcare como uma empresa de fabricação, distribuição e representação de medicamentos à base de cannabis. A oportunidade de fazer a importação de respiradores teria surgido após um grupo de empresários se reunir pelo WhatsApp para entender como poderiam mediar essas compras.
A empresária disse que tratou das transações quase exclusivamente com Dauster e que o Consórcio Nordeste “teve pouca autonomia no processo de compra dos ventiladores pulmonares”. O consórcio, presidido pelo governador Rui Costa, é uma articulação formada pelos nove estados nordestinos para projetos econômicos, políticos, infraestrutural e social.