Política

Empresários investigados pelo MP-CE fizeram doações para reeleição do governador Camilo Santana

Dois dos seis maiores doadores individuais para a campanha à reeleição do governador Camilo Santana (PT) têm contratos com o governo e estão sendo investigados pelo MP-CE, por suposta fraude na distribuição de quentinhas para presos no Ceará.

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De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, o empresário Cesar Wagner Madeira destinou R$ 100 mil para a campanha do petista. A outra empresária de nome, Idalina Sampaio Muniz Gomes de Mattos, foi responsável por uma doação de R$ 70 mil à campanha de reeleição do governador.

Parte dos presídios do Estado são abastecidos com as refeições preparadas pela empresa dos doadores, que agora são alvos de investigações pelo Ministério Público do Ceara.

De acordo com site @theinterceptbrasil, as empresas dos doadores da campanha do governador estariam recebendo, pelas quentinhas, por um número de detentos que não seria compatível com a realidade e em algumas unidades penitenciárias que não estariam em funcionamento. O Ministério Público por meio da 21ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, decidiu, nesta quarta-feira, 15, instaurar um inquérito civil para investigar as denúncias de irregularidades envolvendo os contratos e prestação de serviços no sistema penitenciário do Ceará pelas empresas dos doadores.

O governo do Ceará compra quatro refeições diárias aos presos. No café da manhã, em cinco dias por semana, o contrato prevê a entrega de dois pães com margarina. Nos dias restantes, é permitido servir 10 biscoitos de água e sal a cada preso. O almoço e o jantar têm que ter carne bovina e frango alternados igualmente com carne suína em ao menos em uma refeição da semana. São obrigatórios, também, dois tipos de complementos: macarrão ou farofa e salada crua, salada de legumes, batata ou macaxeira, como é chamada a mandioca no nordeste. Na ceia, é necessário ter dois pães franceses acompanhados de suco ou café e leite.