Brasil

Emergência hídrica mexe com mercado de capitais e o bolso do consumidor

Acréscimo representa acréscimo de R$ 0,06243 reais para cada quilowatt-hora kWh consumido, fazendo com que as contas de luz fiquem mais caras.

C581B56A 1BE1 4CD5 8C30 BAFB5C6F0CC3
(Foto: Sintec)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na última sexta-feira, 28, que a bandeira vermelha, no patamar 2, será acionada no mês de junho. Isso representa um acréscimo de R$ 0,06243 reais para cada quilowatt-hora kWh consumido, fazendo com que as contas de luz fiquem mais caras. Reajuste ocasionado pelos baixos níveis dos reservatórios da Bacia do Paraná, que compreende os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, podendo durar o período de junho a setembro.

A solução imediata para não correr o risco de apagão é o acionamento de geração por termelétricas, o que encarece o custo da produção, com o objetivo de segurar os reservatórios com o mínimo de capacidade (10%) para evitar o racionamento de energia até o período de chuvas em dezembro. Atualmente, os reservatórios estão em 32% da capacidade total na região Sudeste (que responde por 70% da capacidade total no Brasil), o que reflete a pior estação chuvosa para o período de outubro de 2020 a maio de 2021 desde 1931.

Diante desse quadro, as empresas que detém ações negociadas na Bolsa de Valores mais prejudicadas, devem ser as geradoras, principalmente as que são totalmente expostas à hidro. No caso das distribuidoras, os custos maiores provocados pelas usinas térmicas devem ser passados para o consumidor.

Porém, isso não é suficiente, uma vez que elas podem enfrentar pressão de capital de giro, tendo que esperar até seu próximo ajuste tarifário anual para repassar ou recuperar os custos mais elevados. 
Infelizmente no final quem paga a conta disso tudo é o consumidor que tem uma única saída. Racionar o uso de energia para não correr risco de apagão e nem sentir o peso da inflação com a pressão sobre Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Pedro Henrique Alcino – Especialista em Investimentos e Private Banking