Ceará

Assassinatos e roubos duplicam no Ceará

O Estado historicamente ultrapassou dois mil assassinatos em 2018; número é 69% maior que no mesmo período do ano de 2017.

Por que os homicídios não param de crescer no Ceará? “Taxas de homicídios elevadas ocorrem nos estados onde governos e instituições estão politicamente fragilizados e impotentes”, diz especialista em Segurança, Bruno Paes (NEV-USP).

Violência no estado cresce há pelo menos dois anos e tem raízes na ineficiência de políticas públicas e na articulação nacional do crime organizado.

Se mantiver o ritmo de homicídios de 2017, quando houve um aumento de mais de 50% nos assassinatos, o estado do Ceará pode ser responsável por mais de 7 mil casos desse crime em 2018. No ano passado, foram registrados 5.134 mortes violentas, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do estado.

A situação tem se agravado. Somente em janeiro deste ano, os crimes violentos letais e intencionais cresceram 34,38% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

As chacinas recentes em Fortaleza revelam disputas entre facções criminosas, que chegaram a protagonizar uma perseguição seguida de morte em uma rodovia estadual no fim de janeiro. O cenário de violência faz parte da realidade da população já há algum tempo, e a escalada de crimes contra a vida relaciona-se com questões antigas, explica Leonardo Sá, professor de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador do Laboratório dos Estudos da Violência (LEV).

Ceará foi o estado brasileiro que registrou maior crescimento nos casos de mortes violentas na comparação entre os anos de 2016 e 2017.