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Após ajuda ao Ceará, Camilo Santana (PT) ataca governo Bolsonaro e suas reformas

Camilo e demais governadores do Nordeste planejam novo boicote ao Governo Federal e unem forças contra propostas do governo Bolsonaro.

Um dia após ser recepcionado pelo ministro Paulo Guedes em Brasília, o governador do Ceará Camilo Santana (PT) se reuniu com os governadores do Nordeste para atacar o conjunto de reformas proposto pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Entre as pautas do boicote está a “Reforma da Previdência”.

No texto, Camilo e demais governadores do nordestinos, definem e mostram oposição à reforma, à desvinculação de receitas, além de defender o Estatuto do Desarmamento. “Defendemos o atual Estatuto do Desarmamento e somos contrários a regras que ampliem a circulação de armas, mediante posse e porte de armas”, defendeu Camilo em carta. Planalto acusa Camilo de seguir ordens da cartilha de Ciro Gomes e do PT Nacional.

O encontro em São Luís do Maranhão marcou a também assinatura do protocolo que cria o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste).

O documento foi assinado pelos governadores do Maranhão, o anfitrião Flávio Dino (PCdoB), Piauí, Wellington Dias (PT), Ceará, Camilo Santana (PT), Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), Paraíba, João Azevedo (PSB), Sergipe, Belivaldo Chagas (PDT), Bahia, Rui Costa (PT), e pelo vice de Alagoas, Luciano Barbosa (MDB).

Camilo Santana foi o 1º governador a recorrer a Bolsonaro para conter crise na segurança no logo início do ano. Apenas 48 horas depois da sua posse, a primeira crise bateu à porta do governador, e na sua área mais sensível: a segurança. A série de atentados registrados contra ônibus, viaduto, viaturas, delegacias, prédios públicos e privados, além de duas casas, obrigou o governador a pedir ajuda ao Governo Federal.

O Ceará foi o primeiro estado do País a recorrer à gestão de Jair Bolsonaro (PSL) na tentativa de debelar problema de repercussão nacional: as facções criminosas. Foi um teste para saber se, sob o novo presidente, eleito principalmente por suas ideias na segurança, a cooperação com os estados será efetiva ou apenas retórica de campanha. Camilo chegou até a participar de diversas reuniões com o ministro da Justiça Sergio Moro, com quem conversou sobre a necessidade de transferência de líderes de organizações criminosas das unidades estaduais para as federais e para solicitar o auxílio de tropas federais.